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Após se conhecerem e trabalharem juntos há 17 anos no musical adolescente da Broadway “13”, de Jason Robert Brown, Liz Gillies e Graham Phillips finalmente se reencontraram nos palcos, graças à aclamada remontagem off-Broadway de “A Pequena Loja dos Horrores“ no Westside Theatre . Com anos de amizade, além do amor mútuo pela moda e pelo humor peculiar de “A Pequena Loja dos Horrores”, Gillies e Phillips formam uma dupla irresistível como Audrey e Seymour, respectivamente.

Eles se juntaram à Variety para discutir o impacto de “Little Shop” após 43 anos e um futuro alternativo onde Audrey e Seymour têm um final mais feliz após os eventos do musical. Este último ponto é o tema central de um novo ensaio fotográfico que Gillies e Phillips planejaram e executaram, cujas fotos exclusivas podem ser vistas no fim deste post.

Na entrevista abaixo, Gillies e Phillips falam sobre trabalharem juntos em “13″ e “A Pequena Loja dos Horrores”, sua amizade de 17 anos e por que querem que Ron Howard dirija a conturbada lua de mel de Audrey e Seymour para o cinema. 

Vocês dois faziam parte do elenco original de “13”. Quais foram as primeiras impressões que tiveram um do outro nos primeiros dias de workshop, quando se conheceram?

Liz Gillies: Lembro-me de me sentir intimidada pelo Graham, não de uma forma séria, mas ele se vestia muito bem e tinha uma presença muito imponente, e eu sabia que talvez fosse difícil conquistá-lo. Não tenho certeza se cheguei a tentar no início, porque não interagíamos muito. Só depois, nos tornamos bons amigos após a temporada de “13” e nossa amizade se fortaleceu. “13” foi uma época louca em geral, e estávamos todos envolvidos em muitas coisas. Sinto que somos parecidos. 

Graham Phillips: Eu e a Liz somos como gatos assustadiços, do tipo que você só precisa ficar por perto por um tempo. Nossa amizade surgiu mais tarde. Nos conhecemos numa fase bem instável da adolescência, com todas as emoções à flor da pele, e é bom que essa tensão tenha diminuído um pouco agora que estamos mais velhos. 

Qual a coisa mais importante que vocês aprenderam um sobre o outro como artistas quando eram adolescentes e que ainda conseguem perceber quando se apresentam juntos na vida adulta?

GP: Eu sempre soube que Liz era uma trabalhadora incansável. Percebi que ela era profissional desde muito jovem, tinha uma dedicação intensa ao trabalho e era muito criteriosa em suas escolhas. Eu realmente gostava e admirava essa precisão. Não se vê isso em muitos atores mais jovens.

LG: Eu sempre quis que o Graham interpretasse o Seymour. Eu sabia que ele aprenderia o espetáculo muito rápido, pegaria o jeito rapidinho e o tornaria seu. Ele me contou que já estava decorando o texto e ensaiando o espetáculo inteiro no terceiro dia, o que é inédito. Mas a minha lembrança favorita de “13” é o quanto o Graham gosta de improvisar, porque eu também gosto. Nós adoramos experimentar coisas novas. Adoramos ser espontâneos no momento e simplesmente improvisar no dia, ou fazer escolhas diferentes, novas escolhas, surpreender um ao outro, até mesmo tentar desestabilizar um ao outro de vez em quando, se a noite estiver mais tranquila. Não há muito espaço para improvisação no teatro, mas é bom saber improvisar porque qualquer coisa pode acontecer, o que torna tudo muito divertido e nos faz sentir vivos.

GP: A Liz parou de me dizer que gosta de alguma coisa que eu faço durante as apresentações, porque assim que ela me diz, eu paro de fazer no palco. Eu simplesmente não sei o que há de errado comigo. Talvez eu não goste de ser previsível.

LG: A melhor piada recorrente que temos [em “A Pequena Loja dos Horrores”] é que às vezes celebridades vêm assistir ao nosso espetáculo. Outro dia, tivemos a visita do John Stamos. Depois da visita dele, o Graham mencionou um diretor famoso e renomado que estava na plateia. E a noite toda, o Graham continuou mencionando esse diretor famoso na plateia enquanto eu me esforçava ainda mais do que o normal porque é legal ser visto. E eu perguntei ao Jeremy [Kushnier], que interpreta o dentista em um determinado momento do espetáculo, se ele o tinha visto lá, e o Jeremy disse: “Olha, o Graham me pediu para participar disso, mas já está indo longe demais”, e o Graham chegou ao ponto de fazer as lascas de madeira na nossa primeira cena juntos. Ele criou as iniciais do nome do diretor famoso para que, quando eu entrasse no palco, eu as visse.

GP: Você está preocupado que Ron Howard perceba que estou usando ele para atrair espectadores para o show?

É assim que vocês conseguem convencer o Ron Howard a assistir “A Pequena Loja dos Horrores” antes de vocês irem embora.

LG: Meu Deus, eu provavelmente nem conseguiria fazer um bom show. Eu ficaria tipo, “Graham, olha!” no palco se o visse na plateia.

Como vocês dois tiveram a ideia de fazer um ensaio fotográfico de lua de mel para Audrey e Seymour?

GP: Um dia, eu e a Liz estávamos conversando sobre como deveríamos fazer um ensaio fotográfico só nós duas. Depois disso, ela me mandou um painel do Pinterest com uma vibe meio “crianças descoladas de Hollywood”, meio dark e sexy. Aí surgiu a ideia de um ensaio super descontraído e fiel aos personagens, e imaginamos o que aconteceria se o Seymour e a Audrey tivessem sobrevivido, nascido e tido a lua de mel. Como seria o relacionamento deles, considerando que é baseado em obsessão e em superar relacionamentos tóxicos? Aí começamos a conversar, tomando uns drinks, sobre o que provavelmente teria acontecido. 

LG: Isso é como uma espiada não autorizada em uma concepção da lua de mel desastrosa de Audrey e Seymour, provavelmente em algum lugar em Nova York ou Long Island. Para fins legais, digamos que não sejam Seymour e Audrey, mas sim esses dois personagens. Imaginamos que o marido provavelmente bebeu demais antes da viagem e que nenhum dos dois jamais teve o luxo de ficar em um resort all-inclusive ou na praia. Estamos prenunciando o casamento deles e talvez as dificuldades que enfrentariam, e como o casamento deles poderia ser.

Se vocês pudessem interpretar Audrey e Seymour em uma adaptação cinematográfica deste ensaio fotográfico, quem seria o diretor dos seus sonhos?

GP: Como não seria o Ron Howard? Poderíamos simplesmente pagar para o Ron Howard fazer uma versão pirata. Teria tantos ângulos bons, e ele estaria bem no meio do cinema. Também acho que o Richard Linklater seria uma ótima escolha. Precisaria parecer real, mas também precisa captar a essência kitsch. 

Por que você acha que “A Pequena Loja dos Horrores” continua a ter um impacto tão grande no público por várias gerações?

GP: Um tempo de execução curto tem algo a ver com isso.

LG: Eu também acho que é um musical perfeito. Não se leva muito a sério e tem muita emoção. Também tem momentos de completo absurdo e irreverência. A música é fantástica, e esta produção é maravilhosa porque mantém o ritmo e o elenco rotativo. Cada nova versão parece fresca e nova, e como vimos, uma criança pequena na plateia pode estar sentada ao lado de uma pessoa de 80 anos, e ambas estão curtindo de maneiras completamente diferentes, mas estão. Acontece que o musical transcende gerações e tem um apelo e uma mensagem universais que são intrigantes, mas que eu entendo. Quando o vi em 2003, aos 10 anos, foi o motivo pelo qual quis trabalhar com teatro musical. Então, há algo neste espetáculo que conecta as pessoas, e temos muita sorte de fazer parte da história de “Little Shop”.

Confira todas as fotos do ensáio fotográfico para a Variety em nossa galeria de fotos:

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